Magnólia: (Bruxa).

Divirta-se.

sábado, 4 de março de 2006

(Bruxa).

Ele quer um romance feito de açúcar. Quer submissão, milhões e milhões de frases mansas e manhosas, quer ficar em casa deitado fazendo cafuné.
Ele sabe que amor não se pede, ele sabe que na verdade ele não está seguro, eu sei que ele sabe que não há perfeição.
Não vou mais contar pra ele que eu existo e em mim habitam milhões de desejos suplicando por satisfação. Não vou mais avisar que, não há cristão no mundo que viva sob vigilância constante, supervisão de quem quer corrigir e moldar, de quem quer outro.
Não vou mais pedir meu tempo pra ele, nem explicar o que é meu e o que é dele. Isso ele terá de aprender sozinho, por que na verdade estar sozinho não significa solidão.
Vamos ter que libertar nossos fantasmas, dar adeus os inconformismos patéticos e as neuras mancas e cegas. Não vou sustentar afirmações que não se firmam e nos põem na beira do abismo, como as manias absurdas sobre quem é que sofre mais, ama mais e expõe mais o tal amor. Ele sabe que isso é ridículo, ele sabe que tem feito isso, mas eu não o apoio mais. Ele quer preencher o mundo, ele quer ser o mundo, o centro e ar que eu respiro, eu não. Como é que se reprime quem exige amar mais que tudo?
Ele pensa em absorver e me tira à liberdade de ser aquela que eu reconheço em mim. Acredito em outra forma de amor, afinal amor não tem forma, nem vaidade.
Ele idealiza, eu estou apenas fazendo o rascunho, eu amo os rabiscos inversos, as novas formas e diversidade de descobertas.
Eu quero que seja intenso, e um fardo tem apenas peso, só isso. Ele sabe que existe amor, mas não acredita.
Talvez ele preferisse um objeto, que é coisa mais simples, depois que se adquire, ele passa instantaneamente a ser teu.

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