Eu te amo de forma errada, torta.
Eu te amo como um idiota, como quem não vê saída. Amo como um barco sem rumo numa tempestade previsível.
Eu não me incomodo o suficiente e muitas vezes me sinto ausente do que há em mim. Eu respiro teu cheiro e sinto teu gosto.
Meus movimentos estão condenados aos teus, meus dentes rangem silenciosamente, com uma cautela submissa, com medo de serem pegos em flagrante.
Toda minha carne anseia teu toque, minha pele vibra teu ritmo; eu espero tua voz chegar ao meu ouvido, tua mão alcançar meu íntimo.
Estou em decadência de mim mesmo, cobiçando teu desejo dia após dia numa ciranda fria e dramática.
Aprendi como não me satisfazer, como não me cansar de você, eu aprendi a ser tua, e gosto desta indecência.
Fiz de mim um ser lascivo e em renda vermelha estou amarrada a teus pés, como um adorno belo e vulgar.
Eu amo consumindo, eu amo me esvaindo, eu escorro no suor do teu próprio rosto.
Estou sempre quente e soluçando, permissiva, volúvel a tuas incoerências.
Eu te amo com a solidão de quem terá que ir embora, sem dia, sem hora, com desespero.
Divirta-se.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
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Um comentário:
Que profundo!
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