Magnólia: já que estamos aqui, vamos falar de mim.

Divirta-se.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

já que estamos aqui, vamos falar de mim.

Minha cama é feita de retalhos.
Eu sou uma construção maior que a deixada pelos incas ou pelos maias.
Eu sou papel em branco e livro repleto, tudo ao mesmo tempo, agora.
Não sou maior que meus anseios, pois eles me ultrapassam até a alma, não sou maior que meus desejos, pois eles me consomem em brasa; quanto aos medos, bullshit.
Eu sou abrigo e escudo, tudo ao mesmo tempo, agora.
Meus palavrões não são mais sutis, são mais liberais.
Eu sou a permissão, nem mesmo um sim, tampouco um não, eu não sou Raul de uma época.
Eu me desfaço um pouco a cada dia, mas isto não define meu comportamento, nada define. Eu sou a favor do tempo, e o tempo, às vezes é solidão.
Eu sou o que posso ser e nem sempre dou o meu melhor. Nem sempre faço por bondade, em muitas coisas tenho interesse. Eu não sou bom; nem mau.
Eu sou tudo ao mesmo tempo, agora.
Eu me invento conforme o clima, e às vezes me pergunto: ‘será que sou eu?’
Eu detesto quando dizem mais do que deveriam, eu detesto palavras não ditas. Eu não suporto o olhar comercial.
Eu sou tudo ao mesmo tempo agora, e agora, eu sou espelho.

Nenhum comentário:

 
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-No Derivative Works 2.5 Brasil License.