Quatro amigos, dois casais.
Litros e litros de Black, and Red sometimes.
Três anos de casados para o casal numero um, quatro anos para o casal numero dois.
Saem sempre, boa pinta, todos eles. Grifes e modelitos e muita grana em tratamentos estéticos. As duas siliconadas, os dois jogadores de pôquer. Burguesia. Altas paradas e sambas com enredo. Jovens, vinte e poucos.
Dá à louca. Fogem o casal número dois, os dois juntos fogem para Paris. Sim, Paris. Por quê? Contexto. Alojam-se num quartinho sobre um bistrô. Ela agora sai por grana, e ele deixa, por amor. Gastam juntos toda a gorjeta, e pegaram mania de sussurrar em francês enquanto transam, os xingamentos todos no português mesmo, o que assusta o quartier.
Enquanto isso, no Brasil, os dois rejeitados e já um tanto cansados de contarem a mesma história para todos os curiosos que encontram e exaustos de tanto ficarem bêbados, sem chegar a um consentimento, enaltecem a coragem dos fugitivos ou detonam a aventura sem sentido em que fulanos se meteram. Uma merda essa duvida recorrente, esta sensação de abandono e a certeza que eles estão mais felizes. Uma verdadeira merda. Eles sempre, uma hora ou outra, fecham a cara.
Faz as malas então, a esposa. Certa de que o marido não teria a mesma coragem que teve o amigo de embarcar para um destino tão insólito. Vai atrás dos dois. Entra no esquema. Mas agora decide tomar conta dos negócios e passa a importar carne nova para Europa. O negócio cresce. Vivem os três, de regalias e muito vinho, uísque e sometimes cachaça para lembrar as raízes.
Riem pelas calçadas, apenas suas peles, um pouco mais cinzas e enrugadas, talvez pela mudança de clima é que os deixam com um aspecto pesado e vulgar. Ostentam um francês meio fajuto, carregado de sotaque, mas não importa, isso sim que é burguesia. Quem diria, uma vida de Almodóvar na frança?
Amargurado, o marido rejeitado não se conforma com toda a história. Explica-se aos outros, diz a todos que encontra que sempre duvidou do caráter daqueles três. Fica puto, acorda puto e dorme puto. E vida não se desenvolve, e o papo não muda, deixando todos cansados com mesma ladainha. Enfim, torna-se triste. Passa a assistir filmes franceses e a comer croissant.
Faz as malas, não avisa nem a mãe. Some. Vai a Paris. Por quê? Saudade.
Não daqueles três, mas de quem era antes. E juntos, são foda.
Divirta-se.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
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2 comentários:
De vez em quando eu passo. Mas ando quieto...Como é que pode? 25 anos!!!
http://www.lastfm.com.br/music/Gotan+Project
Llegué para dejarte un saludo desde el corazón
pacobailacoach.blogspot.com
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