Para você, uma parte.
Eu me acostumei a não ser inteiro.
E tudo o mais que me divide, não me faz quebrar ao meio.
Eu juro, não sei quem sou.
O que é meu e o que é o limite.
Quando me vem o receio, já não posso voltar atrás.
Eu sou feito do que já foi feito, das pequenas transgressões, das vontades que não estão estampadas na minha cara, mas estão fortemente gravadas na carne de quem eu sou; dos temporais que já molharam minhas janelas e secaram as raízes de minhas plantas; dos bons ventos, dos desejos e das muitas e muitas tolices.
Para você, meus vinte anos. A certeza de olhar para trás e nos ver, estando lado a lado ou não. A certeza deste carnaval que passou e que não deixou nada para ser lembrado, exceto, talvez, nossas falas queixosas e aquele dia em nos olhamos e não nos reconhecemos.
‘Faço tudo para te agradar’, eu não sei bem o quanto ou até quando. A verdade é sempre ímpar e nunca deve ser somada. Faço promessas para o tempo cumprir. Faço questão de citar Nietzsche, para dizer que todo amor é amor próprio. Ama-se o desejo e não o desejado. E que parte disso é a parte que te dou não sei ao certo. Amo tudo o que existe em nós.
Para você, o que eu sou, mesmo que não se saiba, importando-se apenas com o que se sente. E tudo o mais.
Divirta-se.
sexta-feira, 6 de março de 2009
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