Eu não me importo se disserem que o passado agora já não tem mais gosto, é quase que um conforto não mais olhar para trás.
Seria muito óbvio ver teu sorriso no espelho a espera de qualquer migalha do que foi de nós. Não há nada teu, nunca haverá, mas não me escandalize dizendo o mesmo, deixe como esta; a sensação de que diria o contrario é também conforto imediato para um coração gelado, recheado de esquecimentos. Ódio eu quase não sinto, indiferença eu quase não tenho, não saberia dizer qual é o meio termo de tudo que ainda existe, e se existe.
Não reflita, porque afinal é tudo um absurdo e você sabe que não sou da turma dos normais. Fujo do gênero logo que percebo a tentativa de catalogar meu mundo, meus dissabores e o resto, que é tudo. Não pense mais do que alguns segundos, não sinta mais do que já esta no roteiro, muitas coisas nos quebram ao meio sem olhar para trás, sem notar que estamos a espera do argumento. Assim quando for a hora de ser triste não o faça por completo, queira a satisfação antes de tudo, queira sentir o gosto daquilo que te mostra o contrário. Eu faço isso. No fundo acredito nos mecanismos das coisas que todo mundo faz, não é que todo mundo faz?
Insisto, mais uma vez, sou de insistir você sabe bem, não venha até aqui para buscar certezas ou confirmar teorias da sua cabeça intolerante. Mais errante do que eu, ninguém. Então simplesmente não venha, nada do que posso dizer fará sentindo. Meu caso é à parte, meu caso é desalinho, meu passado é constante. Nesta busca chata e enfadonha de tentar dar sentido a tudo fico aqui no meio, não serei teu destino, não serei teu caminho, não serei mais do que já fui. Aquela e todas as palavras que foram minhas não serão trocadas ou restabelecidas. Sou uma estampa no vento, e o vento não tem sabor algum.
Divirta-se.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
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Um comentário:
eu tenho orgulho deste texto.
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