É detestável amar assim. Presa pelo umbigo, me alimentando como a mãe alimenta o filho no ventre. Estou ligada à tomada de você, sua energia me sustenta, me põe em pé.
É um desastre amar assim. Consumindo litros e litros de uma bebida alcoólica e alucinógena. Transpirando litros e litros de um suor que é teu.
Sou teu, por domínio, por castração. Como cão que saliva a espera do osso, sou teu até o pescoço, até o ultimo fio de cabelo. Sendo teu não sou inteiro, estando sempre à disposição. Vivendo de idéias depravadas na expectativa da aprovação do meu senhor, que é você.
Veja quanta bagunça faço destas partes de mim. São pedaços que sozinhos não se conectam. São blocos pesados das mínimas coisas que posso ser. Sou o lego para você montar, à mercê.
Amor subalterno, terno e malicioso. Amor à gosto. Salgado na medida. Despudorado e sem preconceito, aceito tudo, desde que seja você.
É teatral amar assim, armando cenários e penteados para seduzir você. Lambendo os dedos de tanto prazer, roendo as unhas até doer.
Não cabendo apenas em mim os personagens que criei, preparei este submisso amor que nasce e morre na fantasia que é você.
Divirta-se.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
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