Magnólia: uma carta apoiada na garrafa de café

Divirta-se.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

uma carta apoiada na garrafa de café

Querido, estou indo embora.
Desculpe não ter dito nada antes, ou por dizer assim tão cedo, antes de todo romance das cartas de despedida. Contarei nos dedos os dias que passarem desde o de nosso ultimo beijo, e não beijarei mais ninguém até que sinta ainda o teu gosto. Se estiver disposto faça o mesmo, mas não faça isso se tiver de fazer qualquer esforço.
Ainda ontem tive vontade de desistir, deixar que a idéia de não mais ser sua fosse embora de mim, olhava e buscava em seus gestos algo que me fizesse ficar. Mas não estava em suas mãos o meu destino, e não adiantaria procurar em você algo que só faz sentido para mim. Não lastime essa interrupção, verá com o tempo, que nada perdeu e que tudo que existiu entre nós foi o melhor que poderíamos ter. Prolongar o que? O tédio viria de qualquer jeito. Fomos perfeitos rolando pela cama, rindo um do outro. Estávamos satisfeitos ao andar de mãos dadas deixando que pensassem que entre nós tudo era azul. Sei que sentirei falta da sintonia. Lembrarei das piadas que só fazem rir a nós. Lembrarei que ria da minha falta de fotogenia, então sempre que eu ver uma lente se abrir e fechar em minha frente darei o meu melhor, pensando em você um pouco mais.
Desculpe, gostaria de cortar o cordão de vez. Mas isso tudo não é mentira. Isso tudo é o pouco que fica, e não é só para mim. Não é só para nós. E de amor, outras te chamarão, e conduzirão tuas mãos a outras delicias e não será por falta de caricias que ficará triste. Logo um sorriso te cativa. Faça por ele o que fez por mim. Segue assim, eu sigo daqui.
Se puder mando noticias, de você, não esquecerei jamais.

Nenhum comentário:

 
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-No Derivative Works 2.5 Brasil License.