Magnólia: soslaio

Divirta-se.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

soslaio

Era uma vez uma mulher que queria tudo, mas não sabia ao certo por onde começar.
Começou o que podia, um namoro, um curso, um trabalho, começou a pegar trem, começou a falar menos ou mais, dependendo apenas do que havia dentro do copo em sua mão.
Era como navegar em mar aberto, e o vento, lento, denso, forte ou fraco não importava. Ela queria de tudo um pouco, só não sabia se era naquela semana mesmo, ou se isso já era coisa do mês passado. Terminou com o namorado, começou juntar os trapos, e de retalhos fez um novo começo. Ela, que já foi de Magnólia à Madalena, brindou sem contestar péssimas escolhas; brincou com o que não podia brincar, correu até no pé fazer bolhas e nas vezes em que não esmoreceu, enfrentou. Bateu, consertou.
Seguiu em frente que ainda havia contrato, fez coisas que nem Manuel Carlos poderia prever. Teve dúvidas, fez dividas, comprou sapatos que já não se usa mais. Sem olhar para trás, foi. As espiadelas que deu depois fazem parte da personalidade da mulher que tudo quer, mas nada tanto assim.
A começo foi difícil deixar de lado uma mania cá, outra ali, mas havia muito estimulo para que além de seguir em frente, se aprendesse algo. Era agora uma mulher de propósitos. E foi assim querendo ser, que de tudo provou e se algo ainda falta, ela sabe bem. Uma mulher assim não se pode frear ou impedir. O que se faz é apenas abrir espaço para que ela tenha onde estar, sem precisar fugir.

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