Ela passa rebolando e sorri um sorriso de mais gengivas e menos dentes. Eu imagino as coisas que ela sente enquanto percorre os corredores. Nenhuma baranga de cabeça grande me assustaria, mas quando penso no que isso significa tenho medo daquelas coisas que a gente planta. Porque depois a gente colhe.
Meus temores vêm do meu umbigo e na minha mente incrivelmente criativa. Eu imagino fraldas e tapetes azuis apertados entre uma cômoda e outra. Eu corro e tropeço num giz de cera.
Não agüento pensamentos assim. Eu pago quinze reais por uma injeção funcional e nada mais poderia me incomodar, mas eu não sei como viver sem deslizes, com aquelas regras de planície, também super funcionais em alguns casos.
Eu não quero tapetes azuis, babados e cozinha nova. Talvez um cinema no final de semana, um amasso no corredor e uma trepada improvisada.
Eu cansei da mordomia do emprego bem localizado, do assento que me transporta em troca de moedas herdadas. Cansei da conversa da babá incompetente, da mãe ausente e do pai cansado de esperar.
Dos conselhos eu só quero o consolo de poder negar e resolver fazer diferente. Não imagino como vai ser e isso é ótimo.
As injeções vão continuar e agora sob prescrição médica, os babados que esperem e a cabeçuda que se dane.
Cada um tem aquilo que merece.
Divirta-se.
terça-feira, 4 de abril de 2006
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