As festas acabaram e assim as primas, os cunhados e os tios e tias deste planeta, podem descansar a língua que tanto censurou, denegriu e difamou a parentaida que costuma se reunir neste mês.
Não, esta não é uma visão menos-nobre do significado do natal e nem mesmo ausência do espírito natalino que costuma contagiar a nós e as Casas Bahia todo fim de ano. Digamos apenas que seja uma mera versão dos fatos. Certa de que estes fatos são recorrentes; certa de que aconteceram aí na sua casa e na casa do vizinho também. Certa de que alguém reclamou da comida. Certa, de que a louça sobrou para algum coitado. E mais certa ainda que alguém ficou morrendo de inveja do presente mais pomposo que a prima mais velha recebeu do namorado.
E os cheques pré-datados até março?
Bom, é natal.
Não sou hipócrita, adoro me reunir com meus familiares e desfrutar de uma sidra Cereser gelada. Me esbaldar de lichia, dar presentes, comprar roupa nova, fazer resoluções, chorar as magoas, abraçar meu avô. É natal.
Não sou hipócrita. Sei que o Papai-Noel não é nada mais que garoto propaganda da coca-cola e que a igreja católica apenas uniu o útil ao agradável ao mesclar uma festa pagã da época com o nascimento de Jesus Cristo e inventar assim mais um meio de conquistar fiéis. Puro marketing, Philip Kotler não faria melhor.
Ho, ho, ho é natal, e os sinos tocam enquanto um peru é saboreado.
Chego a uma conclusão. Nem tão amarga que me faça rejeitar o clima ou torcer o nariz feito uma adolescente babaca, revoltada com a vida. Chego a um meio termo, nem tão pra lá ou pra cá. Nem tão meloso ao ponto de dizer que meu coração foi tocado pela paz de cristo. Passei lá no interior minha ceia de natal; com a família reunida: a tia gorda, o primo homossexual, a promíscua-namorada-de-não-sei quem. Com o irmão querido, o pai contente e a prima que eu mais gosto. Dei presentes, parcelei. Cai na propaganda de produtos supérfluos. Comi o peru da sadia, o chester da perdigão.
Abracei meu avô. É natal.
Divirta-se.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
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Um comentário:
É verdade!
Faz parte do negócio...
Seria bom que não existeissem os presentes e a gente não fosse obrigado a estar presente. Então somente quem estivesse afim de estar em comunhão fraterna estaria presente... e os demais estariam sendo felizes em outro lugar... e tudo bem...
Felicidades a todos!
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