o que importa

Dizem que os bons morrem antes. Talvez, já que nos dias de hoje é tudo tão injusto.
É difícil entender o ser humano. Estamos sempre tão interessados em parecer pessoas mais alegres, mais bonitas, mais ricas, mais sábias e mais despreocupadas. Perseguimos imagens e sustentamos papéis que nos enaltecem. Quanto o que somos realmente, como nos sentimos de verdade, tudo isso fica escondido só aparecendo quando colocamos nossas cabeças no travesseiro, à noite. E sim, isso tem seu preço. E por isso acabamos nos machucando e machucando quem está a nossa volta.
Desistir pode ser a escolha de alguns. Seguir em frente é uma outra opção. Esquecer, admitir, mudar, lutar, agredir. Existem muitas bandeiras para se levantar e também os que serão do contra e nos julgarão por nossos atos e decisões.
Criticas podem nos fortalecer, mas também podem nos destruir. O que realmente nos sustenta é o amor. É o olhar generoso com que observamos o mundo, as pessoas e a vida ao nosso redor. Durante este processo ficamos com algumas cicatrizes e feridas, traumas de infância, amigos que nos traem a confiança e às vezes a incompreensão daqueles que mais amamos. Ainda assim vamos levando, crescendo e perdoando, e é claro, sendo perdoados muitas e muitas vezes.
Não é fácil crescer e entender a maluquice do mundo; as injustiças podem nos cegar, fazer nossos corações ficarem apertados e deixar tudo a nossa volta um tanto cinza, mas é preciso viver bem, e viver bem é colecionar pequenas alegrias; viver bem é desejar o bem para si e para os outros, viver bem é ter paz de espírito.
Sim, é injusto; os bons morrem antes. Mas e o que fica? Boas memórias, grandes alegrias e todos aqueles detalhes capazes de inundar nossos corações com amor puro e sincero.
Que não haja julgamento, já que muitas vezes somos severos sem medida. Que possa haver o perdão para nossas falhas, e sabedoria para ter a capacidade de respeitar os corações que se partem negando-se a dar mais uma chance à vida.
Amar é amar apesar e acima de toda e qualquer circunstancia, justa ou não.


palavras para quem fica, depois da despedida.