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Eu não entendo porque o meu compasso depende tanto do seu. E não entendo porque não sou uma dessas mulheres que conseguem um emprego onde as regras e horários e números importam mais do que criatividade, arte e expressão. Eu não entendo porque não fico pendurada no meu celular olhando tudo meio por cima e sempre atrasada, contando os minutos entre a hora de partida e a hora de chegada. Não sei por que não te digo para pedir a comida por que afinal, tenho inglês às oito. Não entendo o fato de o carro perfeito estar parado na garagem de alguém. Não entendo como alguém que gosta tanto de wisky, festas e noites de luxuria saiba fazer um cozido ou um risoto tão bem. O meu cardápio não convém. Meus desejos vão além. E assim, justo à mim, me coube ser eu.