Magnólia: saliva

Divirta-se.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

saliva

Eu pedi que ele não deixasse o amor morrer.
Isso não se faz, eu sei. Amor não se pede, amor não se segura com as unhas, não se mantém com reza e simpatia, não se controla por pura vontade. Vontade de amar é também vaidade, vontade de ser amado é luxuria. Ele me ama enquanto é tempo de ser amor.
Ele pediu com rispidez para que eu apagasse o cigarro, tem horas em que quer me ver pura. Tem dias que enche meu saco e diz, ‘bebe o veneno que hoje quero você nua’. Às vezes, sou o que ele mais detesta.
Nós damos as mãos e não tem conserto, nós sorrimos e vivemos um paraíso demente. Quando ausente, eu o desejo num arder mudo, quando sou eu quem foge, ele se torna capaz de tudo, até de morte, para me ter nas mãos, para me roubar a saliva.
Nosso amor vibra num só coração, um coração inventado, criado para que assim fique viva essa deliciosa história de nós dois.

Nenhum comentário:

 
Creative Commons License
This work is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-No Derivative Works 2.5 Brasil License.