Magnólia: bem mais do que abrir as pernas;

Divirta-se.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

bem mais do que abrir as pernas;

Não há muito glamour na maternidade.
O que existe aos montes são contradições. Dizem ser algo divino, outros pura matemática, ciência, regra básica da mãe natureza. Condição imposta à mulher ou milagre.
Inconvenientes na gestação também não faltam, inchaço, enjôo, sonolência. Há os que vêem imensa beleza, os que temem, os que ignoram as barrigas empinadas e seus maxi umbigos.
A maternidade é escolha, super apoiada pelo útero, que já vem de fabrica, assim como por espermatozóides enlouquecidos, prontos para se tornarem cidadãos respeitados.
Ser mãe é resultado de primeiro, nascer menina, segundo, apaixonar-se. E então, filmes da Disney, músicas do Roberto Carlos, Fresno, meninos gentis que mandam flores e chocolates.
É também regra da sociedade, que faz planos para o que há de ser de nós. A ordem correta, neste caso, implica em seu grau de escolaridade, classe social, estado civil, religião. Muito relativo para os conformados, pura opressão para os rebeldes.
Mas não quero ser simplista a tal ponto. Há também muitos mistérios de âmbitos diferentes. O que há de mais puro e primitivo em nós vem à tona com a maternidade. O homem em seu papel de provedor, a mulher provando que tem ancas fortes, que é fértil, que é mulher. E tudo isso em um mix enorme de fatos e crenças e de desejos e aspirações, mas seja por convicções políticas, religiosas ou românticas, quando uma mulher torna-se mãe dá inicio à um ciclo muito maior que ela, maior que a história daquela noite de amor, ou sexo, ou putaria. Gerar é dar continuidade, não apenas a outro ser, mas também a milhões de incertezas que acompanham a humanidade desde de o inicio, e a esse texto, escrito por uma mãe quase sem jeito de ser.

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