Ele morde seu pescoço. Ela derrete entre saliva e dentes.
Ela diz que naquele instante o tempo não vale nada e que o abismo é uma jornada que se percorre deslizando. Ele adora, ela treme.
Transpira a malícia de um jogo de dominantes. Ela esboça um sorriso de amante, daqueles com hálito de pimenta.
Ele ama, ele sente, ela é sua.
Ela tem o cheiro exato, o jeito exato e a boca suja.
Esta vai ser à noite dos risos, a travessura dos avessos.
Ela mastiga um sonho proibido, promessas de satisfação.
Ele a pega pela mão e a conduz entre o labirinto de pessoas sem faces.
As peças em disposição, todos os segredos vão se desfazendo. Eles não têm medo, nem piedade.
Os dois a céu aberto, ela imagina um cenário em preto e branco.
Preservam-se as cores do destino, seja feita a vontade dos aflitos, que todas as vontades sejam feitas.
A mente navega sem fronteiras, cabe ao desejo não impor limites.
O algodão arranha a seda preta, as mãos sobre a renda, o rosto sobre o peito.
Ela diz sorrindo que bobagens são bem vindas, ela diz sorrindo bobagens que cativam. Ele não é submisso, é senhor.
E deus nem aí com isso, agora, nada mais tem o valor que pede, o amor que merece ou a dor que consumiria.
A mulher e o homem, como já foi no início.
Ele tropeça sem perceber, ela conduz sem agredir, indaga sem responder.
Os dois desmancham-se assim, em um salão de luzes artificiais, entre os palpites e a cobiça alheia.
Ela nada diz, ele sabe o que isso significa.
Ela geme.
Divirta-se.
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