felicidade é assim;

Vão dizer que eu não soube dar valor. Vão dizer que meus defeitos foram mais graves que qualquer defeito de qualquer um.
Vão dizer que eu não sei sorrir, e que sorrindo sou mais interessada que interessante.
As cores que eu uso não agradam. Os retratos que eu preservo não me servem mais. Todos dirão tudo sobre todas as coisas.
Mas tem aquele me olha e me vê. Que sorri quando eu digo coisas sem nexo, sem correntes, sem peso. Que me tem leve, que me mantém solta.
No outro dia, nós cantamos juntos refrões melódicos. Nós rimos juntos e interpretamos sonhos confessos.
Eu adoro aquelas expressões malucas. Eu adoro colecionar detalhes.
Um dia desses, eu fui até o cinema, levei a pequena, e a gente riu junto. Ela come pipoca com os olhos fixos na tela. Eu quase morro de amor só de olhar pra ela. Eu quase morro, cada vez que ela me olha.
Salvo os detalhes, eu sou inteira dentro de cada novo contexto. Eu sou aquela que vezes acolhe, vezes detesta.
Eu sou a mulher que beija e aquece.
A filha que recebe abraços e a mãe que acorda na madrugada pra botar coberta.
Vão dizer que eu prefiro isso ou que eu afirmo aquilo, e tudo o que supõem que eu tenha dito.
Neste caso, sempre terei meus dias de não estar nem aí e os meus dias de puro ódio.
Pra cada um deles a vingança será a mesma, meus risos e minhas lembranças, que vivo espalhando por aí.