R:
Um lago cinza e viscoso se estabeleceu em meu estômago.
Quero vomitar as tripas e rastejar entre elas até me sentir viva, até sair ilesa.
Quero gritar seu nome idiota, e repetir que é tão idiota essa coisa de se preocupar que já não interessa quem é, quem foi.
Mas interessa.
Preciso de um juiz, um advogado e uma boa dose de vodca pura.
Não há cirurgia que retire esse imenso tumor, um doutor apto, um silêncio que tranqüilize. Merda. Preciso daquele abraço até que, ao sentir o pulso atrás das costas, penso em morte, penso em faca.
Eu não serei veloz a ponto de desistir agora. Não serei fúnebre e me entregar a intensas sessões de autodestruição regadas a cds de antes e mensagens digitadas de agora.
Eu quero a tua versão limpa. O teu corpo fechado. Eu não quero a tua fraqueza tão desconexa de toda e qualquer franqueza que se preze. Eu quero distância. E a segurança dos meus passos quando me afasto, quando vou embora, quando estou vazia.
“Estou cansada amor, quero dormir”.
Estou cansada amor de ter de dormir para esquecer.
Divirta-se.
terça-feira, 22 de agosto de 2006
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