Magnólia: Agora me conta uma de loira, vai!

Divirta-se.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Agora me conta uma de loira, vai!

E aqui se encerra um capítulo.
E não haverá discurso que me faça voltar a trás, cansei dos meus próprios argumentos, e do pouco que tenho me basta conseguir, por toda vida, ler os sinais.
Eu me despeço do dia em que fingi. E desde que fingi não fui mais original, única.
Fingir é compulsão. Fingir foi o que eu fiz por não saber fazer melhor.
E serei então tudo aquilo que planejei ser, escondida atrás da máscara. Mas não é assim tão subliminar esta questão.
Basta que todos os leitores imaginem que por ironia do destino, chega um momento em que tudo fica perfeitamente em seu lugar. Bem assim, simples.
Na verdade não é necessário imaginar, isto realmente acontece, em algum momento da vida.
Por que você faz e como você faz: para tudo existe explicação.
Em um instante você percebe que é apenas induzido por sua mente, histórico e crenças a fazer exatamente tudo aquilo que você faz, sempre fez, como um mísero pagagaio de pirata.
O comportamento humano é uma piada e para rir dela é preciso, não somente entender, até porque muitas vezes não há sentido algum; nem mesmo achar graça nela, mas sim, de forma categórica, saber contá-la.
Dirigi-la. Se tiver macaco no meio da história, imite o macaco, coce como o macaco, coma bananas. Se há bruxas e poções malignas, tenha medo, enfrente, busque o antídoto. E para que este texto não se pareça com trecho dos tão temidos livros de auto-ajuda, paro por aqui. Repito apenas isto: conte sua piada com jeito, por favor.
Estou aqui contando a minha, sendo cúmplice. Querendo ser.
A cada dia eu tomo um tombo, derrubo alguém; faço merda mesmo, das piores. E isso eu não posso cessar. É o jeito, o único que fará com que eu me torne parte do grupo: “pessoas de verdade”, mas sem as aspas.
A minha grande piada é bastante comum. Você poderia rir das vezes em que houve auto-afirmação, foras monumentais, crises existenciais, como ri de sua própria sequência de erros. Rir do deslizes, dos escorregões que fazem ralar o joelho e perder a pose; rir dos clichês, das furadas e das bebedeiras confusas de toda sexta-feira.
Há até humor negro que nos faça rir. Esta é a minha piada e estou tentando contá-la assim mesmo, pelo direito de existir e ser autentica e, principalmente por não ter que parecer com os gansos.
Assim encerro o então capítulo citado, não finjo mais.
Nem orgasmo, o que seria pecado.

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