E a coisa tá que tá boa. Um anjo sorriu pra mim. Como se não bastasse o anjo que nasceu pra mim, veio um outro, muito mais espiritual que físico e sorriu pra mim. Gargalhou, e eu ri junto. Ou foi isso ou foi o royal salute, ultima dose e sem gelo; e depois umas cervejinhas que desceram macias. Ou redondas, sei lá, sou fã de propaganda.
E as meninas riram comigo e umas horas riram de mim, e gente se divertiu. E vi que meu passado parece que tem uns duzentos anos de história e na maioria das vezes nem acredito que era eu quem estava lá. Mas estava e hoje sou assim porque estava lá.
E depois fui embora e fui viver uma vida bem bacana em sampa e foi super bacana mesmo e me abriu imensos horizontes e me fez criar conceitos e manias e desejos. E foi lá que eu descobri que o mundo é muito grande e minha cabeça também. E que se eu quiser posso ser do tamanho do mundo. E ri disso e de como é engraçado estar lá e estar aqui, assim mesmo, estando simplesmente.
E é por isso que realmente acredito que vivi uns duzentos anos em apenas uma vida, uma vida em que envolvi e fui envolvida por um monte de pessoas, e fui tudo o que poderia ser com cada uma delas descendo e subindo a augusta, entrando e saindo do cine bombril. E pensei tudo isso antes de terminar a dose sem gelo do royal salute, talvez este seja o efeito da bebida. A gente logo acha que já viveu um tempão, uma vida espetacular de idas e vindas; com o copo na mão brindamos a inconstância e as oportunidades de sempre emendar uma possível segunda dose.
Teve gérbera em cima da mesa, risoto amanteigado, os meninos jogando truco as meninas sendo meninas e mulheres ao mesmo tempo, como sempre acontece.
E quando todos foram embora rindo baixinho, a gente dividiu uma cerveja geladinha no meu copo de uísque. Pra depois levantar meio zonzos e dançar de chinelos o bom e velho frank sinatra. O anjo então me sorriu , mas foi o teu cheiro e tuas mãos que me mostraram que num mundo tão imenso, aqui é meu lugar. Ali, bem ali, no encaixe dos teus ombros e os meus.
Don't you know that?
Divirta-se.
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Um comentário:
Cotidiano existe, para fugirmos dele. Ainda bem que tenho você para isso.
Linda
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