Pasalix, 2 de manhã, 2 depois do almoço, e 2 antes de dormir.

Acordei sorrindo. Sempre acordo sorrindo ao lado desse homem.
Beijos, beijos, carinho, carinho.
12 minutos de cochilo depois de acordar vem minha filha do quarto ao lado. Sorrindo, cara amassada, biquinho.
Sorrimos as duas.
Beijos, beijos, carinho, carinho.
Levanto, pés no chão, tontura, movimento a escova com pasta mentolada dentro da boca. Refrescante, mas minha cara não tá boa.
Café, muito doce, porém quente. Eu gosto quente.
Pão na chapa grill george foreman com manteiga, bom, bom.
Banho com sabonete de lavanda. Espuma cremosa, bucha vegetal.
Espelho, a cara não tá boa, a bunda idem.
Não dá pra voltar pra cama e acordar outra, cara boa, bunda dura, energia, energia, e quem sabe, rica.
Não dá. Arrasto minha cara feia pelos cômodos. Palavrões em enxurrada escapam pela minha boca, fico pensando na excelente companhia que sou para uma garotinha de cinco anos.
Entre brados de ‘anda logo’, ‘coloca esta sandália’, ‘penteia este cabelo’ e ‘escova estes dentes rápido’ decorria minha manhã de segunda feira.
Mas não tem nada a ver com aquela idéia de que qualquer segunda-feira é muito mais treze que qualquer sexta feira 13. Nada disso. Esta sou eu.
Chata, ansiosa, pessimista, irritada, perversa, puta da vida mesmo.
Assim sou eu, e se alguém me disser que tpm não existe e que é tudo psicológico, baboseira ou qualquer coisa do gênero, bom, daí, aí sim, aí eu...Choro.
É soda.