Magnólia: partida

Divirta-se.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

partida

Hoje você pode olhar para o espelho aliviado, ela não esta mais lá.
Esquecer talvez seja meramente lembrar, mas já não precisa olhar para trás com tanta sede, ela não está.
Confessa agora uma nova paixão. Doe confessar, afinal trata-se do oposto.
Tem uma nova vida para levar ao lado deste novo amor imposto, do novo amor que chega abrindo todas as janelas, dando a cara pra bater.
Aceita a luz, não compare, não se deixe seduzir por meros detalhes, o novo amor é tão mais claro e limpo, não faz teu estômago arder e embrulhar, não faz com que teus fantasmas dancem frenéticos como antes. Teu novo amor é real.
Ela se foi, e sua partida foi tão infame quanto o começo, tão desastrosa como uma história que se conta esquecendo algumas partes. Viveram como vivem os artistas de um circo, montando barracas em lugares cheios de lama, dormindo feitos maltrapilhos, enquanto protagonizam sob a lona um festival de luzes e cores para um público afoito e receptivo. No fim todos saem machucados, alguns ainda mais. Ela se foi, fim do espetáculo.
Respire aliviado, dos resquícios nada mais pode ser recuperado, lavado com água e sabão.
Dorme um sono mais pesado, dorme com os pés entrelaçados naqueles que agora podem circular em tudo que leva teu nome.
Dela agora, apenas a tentativa fracassada de procurar nas diferenças alguma similaridade, nas desavenças comparação, nos lugares os cenários e na boca o mesmo amor. Nada disso deve ter importância, deixe como está.
Palite os dentes, mantenha o bom humor, a boa música e tudo que realmente é teu, ela nunca foi.
Amor é sempre amor, doa a quem doer.

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