Nos dedos ainda habita o cheiro de um passeio sobre a pele. Ele veste o chapéu, se olha no espelho, tenta esquecer, mas não se atreve. É bom demais ter aquelas imagens sempre à mão, e nem sempre há malicia neste ato.
O suspiro abafado, a música no carro, a saliva. Uma rotina de pensamentos, o começo de tudo e logo o ultimo beijo. Quando amanhece, antes do café preto, e ao fechar os olhos, ela.
Abre as janelas, sente o vento, nem tudo é um grande tormento, muitas coisas vieram em boa hora, a fuga, as férias, os novos prazeres de agora. O preço ainda se paga, péssima idéia comparar. Nem lá nem cá a certeza é levada a sério, é até mesmo um demérito considerar que seja definitivo.
Um gole, e a cerveja abre espaço, momentos vagos, falas alegres. Ela poderia estar em sua frente, mantendo toda distancia e cautela, e nos pés a esperança de um roçar calculado, desejado, executado estrategicamente em um cruzar de pernas. Uma tendência, vindo dela, uma surpresa em seu mundo sempre honesto.
Cético, ético, tanto faz, segue a passagem do tempo, segue a descoberta dos gostos, findam alguns contratempos, abre-se espaço para outros. E a calçada que não é só de cimento, e os muros sendo pintados; a banca e os novos fatos, tudo ocorrendo paralelamente, sem percalços.
Andam de cabeça baixa os subalternos, eretos os que também são escravos, vestidos de seda balançam com o vento, telefones tocam, à procura de palavras.
Ela, que de tanto fazer pose construiu fachada, cora diversas vezes em memória dele, mesmo que agora de nada valha.
Ele, desejando que esta seja a verdade final de uma simples história, não afirma como se tivesse certeza, não refuta, sem antes desfrutar do que guarda na memória.
Divirta-se.
sábado, 21 de novembro de 2009
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